EVOCANDO ESPIRITOS
O homem
em todas as épocas da historia sempre sentiu um interesse pela magia. O
desconhecido fascina o homem. O oculto foi e sempre sera uma constante incógnita
que impulsiona o homem a buscar conhecer e entender esse maravilhoso mundo do
além É nesse mundo oculto onde buscamos respostas para as questões mais
importantes da nossa existência Todos nós temos de forma latente como algo
inerente a nossa natureza uma inquietude espiritual como se uma parte de nós
buscasse retornar a sua origem. É essa inquietude que nos impulsiona a buscar
constantemente por algo que não sabemos ao certo o que é, mas que com certeza é
aquilo que nos falta para preencher o espaço vazio que existe dentro de nós e
que nos torna incompletos para uma vida plena.
Minha
definição de magia é em essência conhecimento e reconhecimento daquilo que já
sabemos mas desconhecemos que sabemos. É retornar as nossas origens como seres
espirituais com conhecimento do bem e do mal. Sua definição a grosso modo é a
arte de agir, moldar e transformar a natureza a nossa volta pelo poder da
vontade, seja por procedimentos externos ou potencialidades internas. A
primeira representada pela magia cerimonial e invocatória e a segunda pela
iniciação espiritual. Temos então, a baixa magia, não no sentido de inferior,
mas sim de estagio primário e primitivo. E a alta magia ou teurgia que pertence
a um estado elevado reservado apenas aos iniciados que caminham pela senda da
iluminação espiritual. Magia cerimonial não contem em si a teurgia. É, portanto,
magia objetivamente invocatória que nos coloca em contato com os seres
espirituais, sejam estes bons ou maus. É, portanto, através desta que provem
todo conhecimento mágico inferior (não no sentido de negativo mas no de
atuação) adquirido no passado e que chega até nós das mais diversas formas
sejam em teoria ou pratica.
Sem
duvida que a magia cerimonial é uma ciência que oferece perigos e não poucos.
Entrar em contato com seres espirituais das mais diversas esferas evolutivas é
algo arriscado. O fato de não possuirmos capacidades cognitivas suficientes
para uma apreciação consciente da multiplicidade de seres do plano espiritual
torna-nos vulneráveis para influencias negativas e nefastas. E não poucas vezes
é o que ocorre. Por isso é de bom senso aos que almejam iniciar nesse caminho
extrema cautela. Qualquer erro pode trazer serias consequências e algumas
destas irreparáveis.
Éramos um grupo de 7 pessoas. Partilhávamos em
comum o interesse pelo oculto e nos reuníamos quinzenalmente para discutir
sobre magia. Havia tempos que tínhamos o desejo de realizar um ritual de
invocação. Era um procedimento que nos atraia muito. Estar frente a frente com
uma entidade era um desafio irresistível. Nenhum de nós havia passado por essa experiência antes e estávamos
ansiosos para isso. Já à alguns meses iniciamos os preparativos referentes ao
procedimento de acordo com a Clavícula de Salomão tomando o cuidado para que
tudo fosse feito o conforme as instruções do grimório. A mim coube confeccionar
o circulo de proteção no chão do local onde seria realizado o ritual.
Minuciosamente desenhei o mais fiel possível todos os pormenores deste circulo,
o que levou algumas semanas de trabalho artístico. Cada um cuidou de uma parte
do ritual providenciando tudo o que fosse necessário. E logo tudo estava pronto
para o ritual. Restava apenas escolher qual espírito iríamos trabalhar.
Escolhemos o espírito Bune. Bune é um espírito que comumente é amigável e
tranquilo ao ser chamado. É
o vigésimo sexto espírito é Bune, Bime, ou Bim. É um forte duque, grande e
poderoso. Ele aparece na forma de um dragão com três cabeças, uma como um cão,
uma como um Grifo, e uma como um homem. Ele fala com uma voz elevada e
comedida. Ele altera o lugar onde estão os mortos, e faz os espíritos que
estejam sob seu comendo ascender acima dos sepulcros. Ele torna o homem rico, e
o faz sábio e eloquente. Ele responde corretamente qualquer coisa que lhe for
requisitado. Governa 30 legiões de espíritos. Bune é um Espírito do Dia. Bune
ajuda a adquirir riquezas e oferece sofisticação e sabedoria mundana. Ela dá
facilidade de expressão. Bune também muda os lugares dos mortos. Apesar
disso convém saber se tal espírito quer ser invocado. Porque no fundo nenhum
espírito por mais que se diga ao contrario pode ser obrigado a atender o
chamado daquele que o invoca. É preciso que ambas as partes partilhem do mesmo
desejo. Quando isso acontece o ritual é em si um grande sucesso. Partindo desse
principio de reciprocidade que deve haver entre invocado e invocador, podemos e
devemos criar um elo de simpatia sempre que desejar entrar em contato com
alguma entidade. O elo simpático entre entidade e invocador é muito importante
tanto para o sucesso do ritual quanto para o bem estar e segurança do
invocador. Uma entidade simpática ao invocador esta sempre bem disposta a
atendê-lo, a auxiliar no desenvolvimento do ritual, a orientar e alertar sobre
falhas e o modo correto de corrigi-las e ate mesmo zelar por sua segurança.
Assim o ritual não se torna algo tão perigoso. Infelizmente esse detalhe passa
despercebido pela maioria daqueles que se aventuram pela magia cerimonial e que
muitas vezes acarreta em fracasso e não raro em experiências assustadoras e
nefastas. Necessariamente aconselho a criar esse elo de simpatia antes do
ritual ser realizado. Esse elo é feito da seguinte forma: numa cartolina branca
desenhe o selo do espírito a ser evocado. Realize-o da melhor forma possível e
enquanto o desenha recite o mantra de invocação do espírito. Imagine que da sua
mão sai uma energia luminosa e essa energia passa ao lápis e do lápis ao
traçado do desenho como se o carbono do lápis inscrito na cartolina brilhasse.
Faça assim ate que todo o desenho do selo esteja pronto. Em seguida coloque
sobre o selo uma vela da cor correspondente ao espírito e a ascenda.
Concentre-se no selo e diga em voz alta “Espírito ...N (diga o nome do espírito), seja propicio
a mim e atenda ao meu chamado, mostra-me um sinal da tua aprovação para que eu
tenha sucesso quando o invocar”. Continue se concentrando no selo e repetindo
mentalmente essa oração. Deixe que a vela queime ate o fim. À noite quando for
dormir. Concentre-se no selo do espírito recitando mentalmente o seu mantra ate
adormecer. O espírito lhe dará um sinal através de sonhos de que ele lhe aprova.
Isso pode ou não demorar alguns dias, mas se ele lhe aprovar o sinal vira em
ate 7 dias. O sinal pode ser dado de varias formas e varia de pessoa para
pessoa. Algumas são tiradas do corpo físico consciente e tem dessa forma uma
experiencia com o espírito. Outras têm um sonho lúcido ou ainda uma voz em sua
mente. Seja qual for a forma, o sinal de aprovação lhe sera dado. Quando isso
acontecer deve proceder da seguinte forma: trace o selo do espírito no chão com
um giz branco antecipadamente consagrado ao espírito ( no selo desenhado na
cartolina, coloque o giz no meio e diga em voz alta “consagro esse giz a ti espírito..N),
após desenhar o selo seguindo o mesmo principio do feito na cartolina pegue uma
garrafa de vinho de boa qualidade e derrame sobre o selo enquanto diz “Espírito...N
pelo sinal que me deste ofereço a você poderoso....N esse vinho como sinal de
agradecimento, se desejar outra bebida, mostra-me qual é do seu agrado”. Caso o
espírito aprecie uma outra bebida ele ira lhe mostra, seja por sonho ou
qualquer outra forma. Então repita o procedimento oferecendo-lhe a bebida
desejada. Uma dia antes do ritual repita esse procedimento pedindo para que
atenda ao ritual. Com esse procedimento criamos um elo simpático com o espírito
que certamente concorrera de boa vontade ao ritual quando este for realizado.
O simples interesse pela magia cerimonial
naturalmente nos leva a conhecer alguns livros sobre o assunto. Os mais famosos
são as Clavículas de Salomão e Grimório Verum. São livros de magia cerimonial
que apesar de especificamente serem destinados para a invocação de espíritos
goéticos ou em outras palavras classes de demônios, pode-se utilizar os mesmos procedimentos para entrar em contato
com qualquer ser espiritual. Então, se desejar invocar um anjo, pode-se usar
sem nenhum problema os mesmos procedimentos. A classe dos demônios goeticos num
total de 72 espíritos são os mais dispostos a concorrerem as essas invocações. Arrisco a dizer que
alguns esperam ansiosos para isso. Portanto, algumas coisas estranhas podem
acontecer quando nos interessamos por esse assunto e já no primeiro contato com
esses livros coisas curiosas podem acontecer. Por exemplo, muitas vezes no
decorrer da leitura surge algum inseto, normalmente um besourinho verde começa
a rodeá-lo, mesmo estando com o recinto todo fechado ele surge não se sabe de
onde. É sinal que seu interesse chegou e foi percebido nas esferas destes
seres. Este inseto nada mais é do que um dos inúmeros espíritos que servem a
essas entidades e que foi enviado para analisar suas potencialidades. Outras
vezes, se tem sonhos semi-conscientes com alguma dessas entidades que surgem
nas formas descritas nesses livros, quando não idênticas, possuem algumas de suas características Em algumas
raras ocasiões podem ocorrer algumas perturbações na residência. Em todo caso,
situações estranhas podem acontecer quando se tem interesse real por esse
assunto. E isso não deve ser motivo de maiores preocupações. Porque assim como
temos interesse por essas entidades essas são recíprocas no interesse por nós.
Alguns
dizem que o circulo mágico não é necessário ser construído como campo de
proteção, e que pode ser substituído por um circulo de luz criado pela
imaginação. Eu aconselho que isso não seja feito. Uma entidade goetica quando é
invocada nunca vem sozinha, ela vem acompanhada por todas as legiões de
espíritos que comanda. Esses espíritos não participam do ritual mas são
percebidos ao redor. Um circulo de proteção criado pela imaginação apesar de
ter o efeito desejado pode não resistir caso ocorra algo errado. Mesmo sendo
trabalhosa a confecção física do circulo mágico vale a pena pela segurança que
ele fornece.
Embora seja dito que o circulo deva
ter o diâmetro de 9 pés [2,97m], a verdade é que muitas pessoas simplesmente
não dispõem de um espaço grande os suficiente para seus rituais. O tamanho só é
importante no tocante de ter-se liberdade o suficiente de movimentação. A
serpente enroscada só é mostrada em alguns casos, os nomes hebraicos na maioria
das vezes são simplesmente escritos em forma espiralada entre os dois círculos.
Devemos lembrar que, ao contrario do português, o Hebraico e sempre da direita
para esquerda. Estes nomes são os nomes divinos ou de Anjos e Arcanjos
identificados pelos cabalistas como pertencentes a cada uma das nove primeiras
Sephiroth ou emanações divinas. As pequenas cruzes de Malta são usadas para
marcar separação. A Tradução para o português corrente começando da cabeça da
serpente é:
· Ehyeh
Kether Metatron Chaioth Ha-Qadehs Rashith Ha-Galgalim
·
lah Chokmah Ratziel Auphanim Masloth
·
Iehovah Eolhim Binah Tzaphquiel Aralim Shabbathai
·
El Chesed Tzadquiel Chaschmalim Tzedeq
·
Elohim Gibor Geburah Kamael Seraphim Madim
·
Iehovah Eloah Va-Daath Tiphereth Raphael Malakim Shemesh
·
Iehovah Tzabaoth Netzach Haniel Elohim Nogah
·
Elohim Tzabaoth Hod Michael Beni Elohim Kokav
·
Shaddai El Chai lesod Gabriel Cherubim Levanah
Que fique claro para o adepto que
estes mesmos nomes não constituem um dogma imutável. Pode-se escolher
livremente um ou vários nomes com os quais o Magista tenha especial afeição,
desde que as cores respectivas e o simbolismo básico no que se refere à distribuição
destes nomes no circulo sejam convenientemente respeitados. É de se esperar que
os Magistas percebam logo que os nomes divinos na invocação, aqueles utilizados
para submeter as entidades não é outro senão o próprio Magista. "Não há
deus senão o homem"
De fato, dentro do circulo o magista é
Deus Absoluto e único é o espírito que ordena os quatro elementos designados em
cada quadratura. O circulo é usado para afirmar e caracterizar a natureza da
obra a ser executada e é por excelência o campo de atuação da vontade do
magista. Ora, se o mago é o elemento principal, o espírito, nada mais adequado
que ele seja identificado com o principio, e, portanto o portador do verbo. Sem
o espírito toda a matéria seria um caos desordenado e estéril, posto que é o espírito
que dirige e organiza os elementos no ato de creação (ou criação, com o
queira). O circulo é, portanto apenas uma representação simbólica do universo,
ao traçar o circulo, o adepto traça o seu espaço infinito, dentro do próprio
infinito, o todo dentro de tudo em sua manifestação mais obvia. Sendo infinito
fica claro o porque da figura ser um circulo e não um triângulo ou um quadrado;
afinal, muito embora o circulo se identifique de modo bastante explicito com
estes polígonos como é do conhecimento dos Adeptos mais avançados e
experientes, “No circulo de atuação”, como nos lembra Eliphas Lévi, “o Mago
cria aquilo que afirma.” O que ele afirma nos limites do seu circulo esta
automaticamente manifesto. O Magista é aquele que diz e é feito. A palavra ABRACADABRA
[eu crio enquanto eu falo] é um exemplo tanto desta doutrina como do que é
feito em qualquer trabalho mágico.
O
aposento destinado ao ritual era espaçoso e estava tudo preparado. O circulo
mágico e o espaço destinado a materialização do espírito chamado de triangulo
mágico estava desenhado no chão. Os objetos mágicos adequadamente
confeccionados estavam sobre uma mesinha dentro do circulo. Fisicamente tudo
estava pronto para a experiência.
A noite
era de lua cheia e cabalisticamente propicia para o espírito escolhido.
Entramos no aposento e nos posicionamos dentro do circulo mágico. Com a mão
direita estendida e com os três principais dedos ativei energicamente o circulo
mágico. Ascendi o braseiro e sobre o carvão incandescente joguei o incenso e o
ar impregnou-se com seu cheiro. Todos nós estávamos dentro do circulo mágico
que era grande o suficiente para abrigar nós sete. Quatro sentaram-se no chão
ao estilo oriental, eu e os outros dois ficamos em pé, eu no meio e os outros
um de cada lado. Um ritual de invocação sempre é bom ser presidido por mais de
uma pessoa, se o aposento for grande suficiente para que o circulo mágico seja
traçado e que nele possa caber mais pessoas, assim deve ser feito. Claro que
não deve ficar apertado. Lembrando que as pessoas participantes fora os que vão
presidir o experimento devem ficar quietas e não ser mais do que 4 ou 5
pessoas. Entretanto, eramos em 7 dentro do circulo mágico. E isso tinha um
objetivo especifico. As 4 pessoas sentadas tinham a função de reforçar energeticamente
o circulo de proteção. Era uma precaução. Não tínhamos experiencia alguma e ate
que fosse verificado a eficacia protetora do circulo, devíamos ter alguma
cautela. Melhor pecar por excesso do que por negligencia. Mais tarde, depois de
algumas experiencias verificamos que não havia necessidade de tal procedimento.
Então, com experiencia própria afirmo que o circulo mágico tem eficacia naquilo
que se propõe Iniciamos então o ritual. As orações invocatórias foram feitas
(tanto as orações como todas as informações referentes a esse assunto se
encontra em detalhes no meu livro “Práticas Ocultas”) e logo começamos a
perceber uma mudança energética no ambiente. Podia-se perceber que envolta do
circulo inúmeras sombras se movimentavam, pequenas sombras negras se arrastavam
ao chão como se fosse ratos. Outras como silhuetas humanas. Um barulhos como se
muitas vozes podia ser ouvido em intervalos. Então no local especifico
destinado a manifestação do espírito começou a surgir uma nevoa azul luminosa e
aos poucos tomava formas disformes até que se materializou nitidamente. A
imagem do espírito não é a mesma para todos os que participam do ritual. Eu o
pude perceber idêntico a imagem descrita no grimório Outros perceberam como o
de uma forma humanoide. E ainda teve quem o percebeu como um pequeno dragão
alado. A entidade se mostra a cada um de uma forma diferente. Muitas vezes a
sua materialização se dá apenas através de uma nevoa ou orbe. Portanto, não se
pode padronizar a forma de materialização. Que as vezes nem pode ser percebida
mesmo o espírito estando ali. Isso não quer dizer que o espírito não concorreu
ao chamado. A não materialização física não significa que o ritual não teve
sucesso, apenas demonstra que a entidade por algum motivo não quis se materializar.
Perguntei ao espírito sobre algumas questões esotéricas e ele respondeu
prontamente. A resposta pode tanto ser uma voz normal como por telepatia. As
vezes o espírito responde nitidamente em sua mente. Outras vezes através de voz
normal. O espírito deu sua resposta com voz normal. Digo normal por ser audível
para todos os presentes. Algo que deve ser muito importante é perguntar ao espírito
aquilo que deve ser feito para que ele possa mais facilmente concorrer ao
ritual. Isso vai ajudar nas futuras invocações do espírito. Após inúmeras
perguntas respondidas. Perguntei se ele permitiria que eu em astral pudesse
observar a sua chegada quando o invocássemos outra vez. Ele com boa vontade
disse que sim. Então por uma conjuração firmamos o acordo. Quando algo é
afirmado através de uma conjuração, o que foi de comum acordo não pode ser
mudado, não pode haver enganação nem mentiras. Então o espírito tinha o
compromisso de cumprir o que foi determinado. É muito importante que tudo o que
for tratado com algum espírito seja através de uma conjuração, dessa forma
evitamos ser enganados. Despedimos o espírito conforme o prescrito. Fizemos um
ritual de banimento para que o ambiente fosse limpo. O ritual de banimento deve
ser feito sempre para que no ambiente não fique nenhuma entidade. Se o ritual
de banimento não for feito pode haver pertubações no local. É comum barulhos e
vultos no local bem como influencias sobre as pessoas que vivem ali. Por isso o
ritual de banimento é essencial após a realização de um ritual de invocação.
Comumente se usa o ritual de banimento do pentagrama menor que tem se mostrado
eficaz.
Ritual do Pentagrama
Um dos mais antigos e poderosos
rituais de magia ocidental. De procedência medieval é usado há séculos tanto
por ordens esotéricas como por magistas solitários e ganhou com o tempo
diversas versões. Outros rituais de banimento poderão ser usados de acordo com
a preferência de cada adepto, o que temos aqui somente um exemplo e um ponto de
partida para os que não sabem como começar.
· Imagine uma luz branca ao traçar os
pentagramas.
· Os nomes mágicos devem ser vibrados
com intensidade.
· Use roupas claras, preferencialmente
da cor branca.
O Ritual
A - Cruz Cabalística
01 - Tocando a testa, diga: "ATEH" (A TI.)
02 - Tocando o peito, diga: “"Malkuth" (O REINO.)
03 - Tocando o ombro direito, diga: “ve-Geburah” (O PODER.)
04 - Tocando o ombro esquerdo, diga: “ve-Gedulah” (E A
GLÓRIA.)
05 - Entrelaçando os dedos sobre o peito, diga:
"Le-Olahm, Amen" (PARA TODO O SEMPRE AMÉM.)
B – Traçar do Pentagrama
Trace o Pentagrama com a arma própria
(Bastão para invocar, Punhal para banir). Visualize a luz branca que forma ao
fazer isso.
06 - Volte-se para o Oriente, trace o pentagrama, vibrando:
IEHO-VAU.
07 - Volte-se para o Sul, trace o pentagrama e vibre:
ADONAI.
08 - Volte-se para o Ocidente, trace o pentagrama e vibre:
EHEIEH.
09 - Volte-se para o Norte, trace o pentagrama e vibre:
AGLA.
10 - Estendendo os braços em forma de cruz, diga:
- Diante de mim, Rafael
- Atrás de mim, Gabriel
- À minha direita, Michael
- À minha esquerda, Uriel
- À minha volta ardem os pentagramas
- E na coluna brilha a estrela de seis
pontas.
11
- Repita a Cruz
Cabalística – (itens 1 a 5)
Isso
apenas limpa o ambiente. Lembrando que após o ritual os participantes quase
sempre ficam impregnados com a energia da espírito invocado. Essa energia
dependendo da vibração do espírito pode muitas vezes deixar os participantes
com sintomas desagradáveis, e em alguns casos adoecer. Dores de cabeça que
podem durar um ou dois dias, fraqueza muscular, depressão moderada, são alguns
dos sintomas mais comuns que podem perdurar por vários dias ou ate duas semanas
após a experiencia. Um banho de folhas de mamona basta para recarregar as
energias. E uma limpeza energética usando o ovo é o suficiente para tirar essas
impurezas. Entretanto, o risco maior não esta no procedimento mágico e sim
naquele que o faz. É comum que após o sucesso obtido no ritual muitas pessoas
tornam-se como que dependentes da ação dos espíritos na sua vida diária Buscam
orientação para todas as decisões da sua vida, deixando de ter autonomia para
viverem suas vidas por si mesmas. Em função disso passam a ter dependência não
somente nas suas decisões mas na resolução de problemas comuns da vida diária
Deixam de trabalhar, buscar, batalhar, conquistar seus objetivos por si mesmas
deixando isso a cargo dos espíritos que invoca, tornando dessa forma a própria
vida uma bagunça total. Essas são pessoas fracas e despreparadas
espiritualmente que se aventuram pela magia pratica. Naturalmente que irritam
os espíritos com pedidos inúteis e não raras vezes pedem a mesma coisa para
vários espíritos E isso realmente os deixam irritados. É preciso entender que a
atuação dos espíritos em algum projeto que pedimos não acontece como num passe
de magica, que se realiza num estalar de dedos. A realização demora algum
tempo. Como numa engrenagem cada dente tem o seu espaço, assim também é nos
acontecimentos da nossa vida. Mudar esses acontecimentos é de certa forma
complexo e demanda tempo, porque cada coisa deve ser encaixada em local
especifico na linha dos acontecimentos para que tudo seja conforme o nosso
pedido. Cada espírito tem uma forma de ação, um mesmo pedido não sera
trabalhado da mesma forma por todos espíritos Assim, um espírito tal trabalha
de uma forma, outro espírito trabalha de outra forma. Então eu peço a tal espírito
que faça tal coisa por mim. Alguns dias depois, peço a outro espírito a mesma
coisa. E logo mais adiante peço a outro espírito a mesma coisa. Imagine três
espíritos trabalhando para fazer a mesma coisa. Com certeza um vai atrapalhar o
outro e o pedido não vai ser realizado. Eles ficam irritados. Um desses meus
amigos fez exatamente isso. Fez o mesmo pedido para vários espíritos Fato que
resultou numa certa irritação desses espíritos Ele foi levado em corpo astral a
um local onde estavam reunidos todos os espíritos envolvidos no caso. Estavam
todos em volta de uma mesa, irritados porque estavam trabalhando no mesmo
pedido. Meu amigo foi severamente repreendido e orientado para que aquilo não
se repetisse novamente. Algo muito importante a ser lembrado é a questão do
tempo para que o pedido seja atendido. Estipular um tempo nem muito próximo nem
muito longo, mas que seja adequada a complexidade do pedido feito é o ideal e
assim se evita acontecimentos estranhos. Um amigo não seguindo essa regra
básica teve a seguinte experiência. Invocou um espírito cujo escritório era
relacionado a luxuria e pediu a este que providenciasse naquela mesma noite uma
ou duas mulheres para a sua satisfação sexual. Ora aconteceu que certa hora da
madrugada eis que invadem o quintal de sua casa duas lindas mulheres que fugiam
de seu cafetão, batem a sua porta e imploram por ajuda. O espírito havia
cumprido a sua parte. O problema é que o seu pedido não foi bem aquilo que ele
desejava. As lindas mulheres eram na realidade duas travestis. Ora, o espírito
realizou o seu pedido urgente com aquilo que havia a sua disposição naquele
momento. E é assim que acontece quando o tempo não é o suficiente para o
espírito providenciar adequadamente o que se pede. Ele utiliza aquilo que
dispõe dentro do tempo especificado. Portanto, determinar um tempo ágil evita
certos inconvenientes desagradáveis.
Para os
que já possuem certa agilidade em sair em astral pode-se chamar um desses espíritos
com certa facilidade. Lembrando sempre de criar o elo simpático antes de
contata-los. Estando fora do corpo físico saia da sua casa e se dirija ate uma
encruzilhada. Recite o mantra especifico do espírito que deseja contatar. Em
seguida utilizando de sua energia desenhe no chão o seu selo e continue
recitando o mantra especifico. Logo o espírito virá ate você ou lhe enviara um
dos seus que responderá por ele. Seguiu-se corretamente os conselhos já citados
não haverá motivos para preocupações. O espírito lhe será propicio e amigável e
você poderá conversar com ele sobre seus assuntos. No astral não costuma as
entidades subordinadas a ele se anteceder ao chamado como acontece no plano
físico quando o invocamos. Ele vira sozinho e quando muito acompanhado de
alguns dos seus. No astral é bem mais fácil realizar invocações e os riscos são
bem menores, desde que é claro se tenha algum domínio e pratica na dimensão
astral. O astral é a dimensão mais próxima da física. Ela envolve e permeia o
mundo como uma enorme rede mental, absorvendo
e guardando todos
os pensamentos. Seu
conteúdo é criado
pela consciência coletiva da
mente do mundo.
Ela contém todos
os pensamentos, lembranças, fantasias, e sonhos de toda coisa
viva no mundo. Nela, as leis da atração simpática, ou igual atrai igual, faz
com que este
oceano de substância
mental se estratifique
e estabeleça camadas
ou níveis. Estes níveis
de pensamento são
mais comumente chamados
de planos astrais,
mundos astrais, sub-planos astrais ou domínios astrais.
A dimensão astral é composta de matéria astral e
é habilmente descrita como substância mental. Ela é extremamente sensível ao
pensamento e pode ser moldada em qualquer forma ou aspecto. Estas criações são
tão perfeitas que são indistinguíveis da realidade.
A melhor maneira de explicar isto, substância
mental, é fazer uma comparação entre a matéria astral e
um filme fotográfico
não exposto. Quando
este filme é
exposto à luz,e nfocado pelas lentes da câmera, uma
imagem perfeita da realidade é instantaneamente formada no filme pela reação
química do filme com a luz. Quando a matéria astral é exposta ao pensamento,
enfocada pelas lentes da mente, uma imagem perfeita da realidade é
imediatamente formada de substância mental astral pela reação da matéria astral
com o pensamento. A complexidade e a durabilidade de qualquer
criação na dimensão
astral depende grandemente
da força da
mente realizando a criação.
Sou por natureza curioso e de certa forma
precavido. Quando adentramos no mundo espiritual todo cuidado é pouco e tambem
toda curiosidade nos tras experiencias sejam esssas boas ou más. Mas o mais
importante é que toda experiencia nos proporciona conhecimento. E conhecimento
é o que move a nossa jornada pelo ocultismo e pelo espiritual. Gosto de saber
como as coisas funcionam e porque funcionam. Mas infelizmente nem tudo pode ser
desvendado. Aprendi que tudo tem o seu tempo certo. Então aprendi a ter
paciencia. A paciencia é um dom que se conquista aos poucos. So aprendemos
aquilo que estamos preparados para absorver e não adianta dar o passo maior do
que a perna e querer ir alem do que nos limita. Tenho a capacidade de sair em
astral e procuro fazer uso dela da melhor forma possível, tanto para ajudar a
mim mesmo como ajudar os outros. Essa capacidade astral me torna ainda mais
curioso. Porque busco entender aquilo que me traz curiosidade. Muitas vezes por
limitação da minha própria consciência não consigo satisfazer minha
curiosidade, seja por falta de entendimento ou por capacidades que ainda não
disponho. Mas, apesar disso, não deixo de buscar entender e compreender por
experimentação propria aquilo que me proponho. E algo que me deixava intrigado
era o funcionamento do circulo mágico de proteção usado na magia cerimonial.
Assim sendo resolvi em astral estuda-lo
afim de compreender a sua ação. Se não se pode adentrar no circulo,
naturalmente que também não se pode sair. Ou seja, um ser espiritual dentro do
circulo ficaria preso. Mas eram apenas suposições minhas, não havia ainda feito
uma verificação. Então num domingo a tarde me propus a essa verificação. Deitei
dentro do circulo mágico, relaxei meu corpo e mente e depois de alguns minutos
sai do meu corpo fisico. Eis que para minha surpresa o circulo brilhava. As
palavras inscritas no circulo especialmente as da serpente cintilavam um brilho
azul prateado e esse subia para cima. O circulo todo circundado por esse azul
prateado formava um campo de luz a sua volta. Aproximei-me dessa luz e estendi
minha mão para toca-lo. Podia sentir na mão um leve formigamento como se
estivesse com uma pequena carga elétrica. Então forcei a mão para atravessa-lo
e para minha surpresa minha mão foi barrada. Quanto mais forçava para entrar
maior era a sensação elétrica que causava certo desconforto. Esmurrei o campo
de luz com força, automaticamente senti minha mão ser empurrada para traz com a
mesma potencia. Tentei de todas as formas penetrar naquele escudo e todas foram
inúteis. Era para mim impossível sair dali, estava preso dentro do circulo.
Ora, constatei que o circulo alem de ser uma proteção era também uma prisão.
Voltei para o meu corpo físico e sai do interior do circulo. Fora dele, sai
novamente do corpo físico e me aproximei dele. A luz que formava envolta do
circulo jã não tinha o azul prateado e era menos intensa. Mesmo assim não pude
atravessa-lo, apesar de que, já não
podia sentir o formigamento de antes. O circulo estava mais fraco. Arrisco a
dizer que o circulo usa a energia daquele que esta dentro dele, e essa energia
é potencializada por sua simbologia característica. Seus símbolos místicos
atuam como um potencializador fazendo uso da energia dos que estão dentro para
energizar e manter o campo de proteção.
Três dias depois chegava o momento da realização
do ritual e eu estava preparado para observar todos os acontecimentos. Os que
iam conduzir o ritual estavam dentro do circulo. Esperei ate que todos
estivessem prontos. Sentei em uma cadeira num pequeno quartinho ao lado e
depois de alguns minutos sai do meu corpo.
Sai para fora, a noite estava limpa e estrelada
e a lua cheia brilhava no ceu. O recinto onde o ritual era realizado estava
brilhando e era um brilho intenso. Ouvia
as orações invocatórias serem pronunciadas. Nada de anormal ou estranho
acontecia. As orações foram repetidas varias vezes e num dado momento enquanto
olhava para o ceu percebi uma nuvem escura. Era de um negro tão intenso que se
destacava de forma muito facil da escuridão noturna. Aproximava-se e conforme
chegava perto aumentava o seu tamanho e chegou a tal ponto que não pude mais
ver as estrelas do céu. Desceu sobre nós como uma redoma. Naquela massa escura
de negritude tenebrosa pude perceber muitos pontos luminosos que se
movimentavam com rapidez. Nesse momento senti medo e por um momento quis voltar
ao meu corpo físico, mas permaneci firme em meu propósito em observar o que
viria a acontecer. O medo me fez de forma instintiva formar a minha volta um campo de proteção.
Apesar de que sabia que não teria condições de me proteger contra aquilo que na
realidade era todas as legiões que acompanhavam o espírito invocado. Então em
minha mente uma voz me tranquilizou dizendo que nada aconteceria a mim. E nesse
momento daquela massa escura saiu cinco luzes que vieram em minha direção. As
luzes transformaram-se em seres alados que se posicionaram a minha volta.
Tinham uma forma hibrida entre morcegos e dragões que mediam cerca de um metro
e meio ou pouco mais. Sinceramente não prestei muita atenção em suas aparecias
porque sentia um pouco de medo, na realidade era um bom bocado de medo. Mas
entendi que eles estavam ali para garantir a minha segurança, era uma precaução
para que não houvesse ali nenhum acidente que pudesse me por em risco. A massa
escura desceu sobre nós. Movimentava-se a nossa volta, nos rodeando e sempre em
movimentos circulares parecia se comprimir. Tive a impressão que se olhasse
pelo lado de fora daquela massa escura ela teria a forma de um redemoinho
gigante. Então em meio aquela escuridão uma luz se sobressaia das outras e essa
luz foi aumentado e abrindo caminho pela massa escura. A luz tomou aos poucos
tomou a forma de um ser. Sua presença era imponente e sua aparência era de um
homem com um grande manto sobre si que encobria sua cabeça. Caminhou em direção
ao recinto onde estava sendo feito o ritual. Nesse momento senti um chamado telepático
para que entrasse também ali. Ali dentro Bune entrou no espaço reservado a sua
materialização. Eu o via mudando constantemente de forma. Tomava a aparência
humanoide e logo em seguida de animal, outras vezes uma forma hibrida de animal
e homem. A massa escura rodeava o circulo. Pequenas massas escuras que pareciam
ratos ou serpentes rastejavam em volta do circulo de luz como se esperassem um
deslize dos que estavam dentro. Assim que o ritual terminou e foi dada a
permissão para o espirito partir, Bune saiu dali sendo seguido pela massa
escura e da mesma forma que surgiu ele desapareceu e vi aquela escuridão se
afastar do local e novamente pude ver o céu estrelado. Voltei para meu corpo físico
e fui compartilhar minha experiência com meus amigos. Foi uma experiência interessante
e que me causou certo medo. Mas, pude verificar que realmente no que se refere
ao circulo mágico e as invocações do ritual são reais e verdadeiras. Assim também
o é os perigos que envolvem essas coisas, e que nunca em hipótese alguma devem
ser realizadas por brincadeira ou sem um preparo adequado. Deixo aqui o meu
aviso para os incautos.
TETRAGRAMA
Este livro contem ensinamentos mágicos reais e perigosos. É, portanto desaconselhável para pessoas leigas e principalmente para os incautos que por brincadeira ou qualquer outro motivo torpe faça uso deste livro. O autor deste tratado se priva de qualquer responsabilidade do mal físico ou espiritual proveniente do uso indiscriminado do material contido nesse livro. Aqui encontrarás os seguintes grimórios Ars Goetia, Ars Theurgia, Grimório Verum, todos em português bem como as orientações referentes ao seu uso. Este livro foi escrito para os estudantes e iniciantes no Ocultismo. Alguns textos extraídos de diversos autores ocultistas de renome que tratam de assuntos pertinentes a esse livro são organizados de forma coerente, a fim de dar ao iniciante um pequeno e gradativo conhecimento teórico das Ciências Ocultas no que se refere a magia cerimonial e evocatoria. Nos capítulos referentes à magia prática o autor usa a Arte da Goetia, Theurgia Goetia, e outros grimórios. Alguns exercícios são de conhecimento publico e outros desconhecidos do não iniciado.